quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Férias



Obrigado, Criador de todas as coisas.
Obrigado pela Vida, que nos permitiu existir como seres humanos e experienciar todas as alegrias e dores dessa dimensão terrena;
Obrigado pela Morte, que nos há de libertar da luta de todos os dias e no tempo certo nos levará ao Portal da Eternidade;
Obrigado por este ano de 2016, tão conturbado...e ainda assim agradecemos cada obstáculo que se alojou em nossas vidas, pois eles nos obrigaram a nos esforçar um pouco mais;
Obrigado pelos amigos e amigas, de longe e de perto, chegados ou pouco chegados, pois consideramos amigos a todos os que de alguma forma interessaram-se por nos visitar, mesmo anonimamente e sem deixar qualquer comentário. Sentimos a presença benfazeja de tantos corações, que palpitam como os nossos, e trazem ao mundo, cada um à sua maneira, novos rumos e alternativas.
Nosso abraço de muito carinho a todos! Sejam como estiverem as suas vidas, tenham certeza de que tudo o que nos acontece é o que de melhor poderia acontecer, pelo bem de nosso espírito, que é imortal e sobreviverá a cada intempérie, cada vez mais forte, sábio e, principalmente, compassivo e amoroso.
Boas festas a todos.
Namastê, Le Chaim! Até breve!

B&G

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Alma




Fonte de meus desejos, motivo do meu existir, guardando os segredos de meus sentimentos.

O melhor de mim, desconhecido Ser?!...representação divina?!

Alma, mãe do amor, do esquecimento, da saudade...casa de retorno dos sonhos meus.

Destino final de minhas existências.

Abasteço-me de tua vontade, fiel prisioneiro de tua missão, erro por tua vontade, amo pela necessidade que tens de ser luz, corpo divino, sutil, invisível, visível só pelos olhos meus.

Alma, Ser tão belo de encantos e mistérios...porquê me aprisionas?! 
Sou apenas imaginação do ego que me destes, ilusão passageira dum círculo da criação.

Então encontro a mim mesmo, o choque da atração me faz flutuar e sentir tanta dor de amor, dor?...és tão luz que não compreendo, então me faço sofredor, acorrentado na ilusão de existir o eterno. 
Acompanho-te por gerações, sem saber que somos um só, desconfio que algum mistério nos une tão forte, quanto a primavera está para as flores, o sol para o dia, as estrelas para o céu.

Alma querida, encontro-te em sonhos além da imaginação terrena, em mundos distantes, em unidades incompreensíveis do que sou agora, alma tão bela, de mundos distantes...onde realmente estás?! ou não há lugar algum?! estás em toda parte de onde posso pensar? 
Quantos "eus" há de ti...vida da minha vida...

Ensina-me mais, até que eu entenda que o eterno é o hoje, pois o futuro não existe e o passado é só uma lembrança...finalmente arranca-me da gaiola que me prende nas correntes da dimensão mais densa, faz-me consciência de ti...tira-me a mente que penso ser, toma-me e carrega-me contigo, por onde andares, mesmo pelos universos sem fim, lá poderei ser o que realmente sou...você!

Então o hoje será o sempre!

Ghost


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Janelas Cerradas




Problemas.Papéis.Trabalho a fazer. Planilhas. Prazos. Balancetes. Mais papéis. Mais problemas. Madrugada adentro lá estou eu, o rosto pálido à luz do monitor, as lembranças galopando na mente, o chefe cobrando, as contas se acumulando, a mulher doente no hospital, dia após dia esta rotina estafante, as únicas mudanças que acontecem são pra pior, cadê a esperança meu Deus...? Pergunta insana, desde quando nos respondes...?

Então as planilhas travam...o computador pára, caiu a internet. Droga de vida, é sempre assim, lá se vai meu tempo perdido...e piora ainda, meu Deus, caiu a energia elétrica, onde nós estamos, pagando essa fortuna e toda hora no escuro...? Deus, tu estás aí fora, aí em cima, tu nos ouves, pobres formigas...? 
E esse breu na sala, e tanto trabalho atrasado, nem o celular funcionando...preciso saber da esposa, tão doente, tão débil, me sinto tão frágil agora...todos os fios se desconectaram, sem luz, sem som, sem bytes, quem sou eu sem nada...?

Subitamente, uma cascata de luz na sala. Um holofote? O farol de uma carreta varando a noite? Que luz é essa, que assim aparece, naquela janela?
Abro devagar, pode ser a lanterna de algum marginal, algum vizinho insano e insone invadindo o quintal, alguma coisa insalubre vinda de lá sei onde...

Mas ali, no meio do pátio, está parado aquele Ser. Pairando. Bailando na luz. Uma luz tão rica que nem percebo se tem cores...a cor é a própria luz, e a aura que a luz desenha ao redor dele pisca, ondula, palpita como as asas de um grande pássaro branco de um mundo ainda por inventar-se. E com que olhar me encarou...

A eletricidade volta. Fecho a janela, volto à minha mesa. Ainda bem que a luz voltou, sou um pobre mortal, não tenho ajuda, não vejo respostas. Voltemos aos problemas.

Bíndi

 

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Agora não...fique longe de mim!




"Sabes que esse olhar me deixa mole, não fique me olhando assim
Disfarce um pouco mais, logo estaremos juntinhos
Não deixe que percebam o quanto nos amamos
Esconde esse sorriso quando me olhar

Não se aproxime tanto, não vou resistir
Guarde logo esse bilhete e se afaste de mim
Estamos na frente de todos, se souberem...estaremos em apuros
Ninguém aqui pode se relacionar, você sabe disso

Agora vá...esse seu cheiro de mulher está me deixando maluco
Se seguires me olhando assim, vou nos denunciar num beijo, não vai demorar
Agora não...fique longe de mim!"

Assim foi no dia em que percebi o quanto era forte nosso sentimento
Percebi que era amor, pois eu nunca havia lhe visto sem poder tocar em você
O desejo me tomou o corpo
Longe de você não conseguia pensar mais em nada...fui pego!

Resolvi sair daquele lugar que impedia nosso amor, 
Sofri a ausência, mas hoje entendo ter sido a melhor coisa que fiz por nós
Ao lhe ver tão linda e mulher, percebo que sou um homem de muita sorte
Além de ser uma linda mulher, és um ser humano único e com muito amor no coração!

Ser amado por você, não é só um privilégio...é estar no próprio céu, sonhando acordado no país das estrelas!

Vem...nossa cama nos espera!


Ghost

domingo, 16 de outubro de 2016

Não dispute com a vida




Khaled sonhou um ano inteiro: sonhou ver pronta sua casinha, tão branca entre os pinheiros. Juntou pedra à pedra em suas horas de folga, e transportou para lá os móveis, os vasinhos de azaleia, as roupas de cama, os sonhos todos, miudinhos, mas entusiasmados e tangíveis. Fez o que sabia e fez o que podia, e suas mãos o ajudaram, seus amigos o ajudaram, e tudo prosperava na senda da vida tranquila.
Mas então veio a noite de um dia de outubro, e com ela o vendaval. Veio o aguaceiro, o temporal, as chicotadas de chuva que intumesceram o rio. 
Khaled chorava enquanto as águas lambiam o gramado no patamar da casinha. E as águas subiam, subiam...lá se vão as azaleias, molharam-se todas as fronhas bordadas por mãos de mãe, o telhado desabado por sobre móveis e paredes quebrados, as árvores todas no chão, tudo, tudo...aniquilado.

Na casa de seus parentes, Khaled jogava à vida todas as maldições que sabia. Respondia sombrio aos oferecimentos de ajuda, negava-se a sair do lugar, queria desistir de tudo e juntar-se aos moradores das ruas, que não têm um teto a perder.

"De nada vale ficares assim, disse-lhe um amigo. Você está lutando contra moinhos de vento..."
"Acha que ofendo a Deus com meu comportamento, e posso ser ainda mais castigado?" respondeu Khaled.
"Amigo, as suas queixas não ofendem o Criador de tudo. Nada do que fales ou faças é contra Ele, que tudo pode e sabe, pois como uma frágil criatura mediria forças contra o Ser que tudo fez e tudo pode? Nada é castigo, tudo é aprendizagem. Castigarias uma formiga por ter tentado em vão levar uma folha por um buraco pequeno demais?
A tua rebelião vai contra ti mesmo,  são tuas energias que estás minando hora após hora, é em teu próprio prejuízo que largas mão de todas as esperanças e empenhos. A paz não é a ausência da perturbação externa, senão o estado de alma a que o exterior jamais aflige.
Esta tragédia te ensinou mais do que qualquer mestre; mostrou-te em curso intensivo a malícia do apego que nos convence sutilmente que precisamos atulhar mais e mais coisas para estarmos bem; mostrou que podem te tirar tudo, tudo, tudo...que ainda tu És.
 Dizem que temos que desafiar a vida e os obstáculos...na verdade, é conosco que temos que disputar todos os dias: desafiar as nossas barreiras, medos, raivas, emoções e pensamentos negativos...os espíritos vitoriosos são os que vencem a si mesmos."


Bíndi


Imagem: Devushka Lico Oblako

domingo, 25 de setembro de 2016

Rebelde



Rebelde
Estranho, num mundo de seres mascarados...
Pensar em não agredir, diante duma arena de armas do pensamento e atitudes...
Excluído, por não ter "espírito de liderança" para pisar no irmão em posição inferior...
Respeitado por criaturas humildes e sem expressão social,
são situações exemplares em que se identificam os rebeldes do desamor...


Rebeldes, por não entenderem porque uma criança morre de fome, ao lado de um povo que joga comida no lixo,
Rebeldes, por  pensarem que todos os seres vivos e da natureza...são nossos irmãos,
Rebeldes, por acreditarem num amor "pra sempre",
Rebeldes, por sonharem com um mundo de paz,
Rebeldes, por acreditarem que a bondade é o melhor caminho.


Loucos, insanos, presos na cadeia de um corpo físico, gritando aos ventos: voem, vocês são pássaros...voem...
Abra as asas do coração...elas podem te levar até infinitos sublimes da alma eterna, 
além dos mundos das formas, onde há só luz, onde o sentimento é puro...onde o amor reina soberano e pacífico...
Então verás que não somos EU, mas NÓS...
Então compreenderás que o amor nos carrega desde o verme...até ao anjo...nos soltando livres para voar, quando as asas do coração tiverem força para nos lançar ao sublime entendimento do universo, ao tempo que não seremos mais bélicos, ao tempo em que alcançaremos luz e paz, em forma de orações e atos de bondade...desde a vida em socorro e resgate, aos irmãos que precisam de asas para voar.


Então seja rebelde para a selvageria da matança pela razão política e territorial, seja rebelde ao sofrimento de um animal abandonado na rua, seja rebelde ao idoso que chora em silêncio num quarto de asilo, seja rebelde aos que pregam bandeiras com palavras radicais e amargas, ferindo ao irmão debilitado que busca por socorro, retratando apenas seus resquícios umbralinos na memória que dorme no físico...
Então, alma irmã...os céus te cobrirão de luzes em meio às tuas lágrimas. 
No deserto terrestre do desamor, siga adiante, de coração aberto, servindo, perdoando, compreendendo e plantando mais paz, sem injustiças e rancores que te domem, pois para os que amam, só há a lei do amor...

Ghost



sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Sagrado Corpo




Meu corpo, dorme.
Durma, pequenino
Sou teu Espirito e velarei por ti.
Como pequeno animal aos meus pés, te vejo dos planos do sono.
Não te preocupes que mesmo ao dormires eu velo, em estado de constante alerta
Sou tua consciência, em vigília ou não.
Tenho tanto a te agradecer!
Corpo que me auxilia, me carrega 
Veste que me protege de muitos males, alguns até ignorados por mim.
Que é as mãos e braços de Deus agindo através de mim, aqui nesse mundo.
Pela manhã, levanta-te alerta e firme...sei que querias dormir mais, mas temos tanto a fazer... 
Dominar a indolência e a falta de vontade é uma das lições a aprender através de ti. 
Tu me ensinas muito, sem o saberes.
As lições da dor, as lições do cansaço, do temperamento difícil hereditariamente originado
Às vezes deixo-me levar por ti, tuas paixões, interesses, sofrimentos carreiam-me pra longe
Me perdoa...porque deveria ser eu o teu mestre, e te guiar por caminhos firmes e seguros
Eu que, afinal, tenho milênios de vida, enquanto que tu apenas despertaste nesta.
Deverias seguir-me, confiante, como um cachorrinho que ama seu tutor e mestre e a ele confia a própria vida.
Ao invés disto, tantas vezes deixo a realidade nos golpear com seus freios educadores
Antes que nos joguemos, de frente, contra os muros e precipícios das inclinações imaturas.
Desculpa-me, então...não quis te machucar com a minha imprevidência. Teu bem, é o meu bem...
Precioso vaso que Deus me confiou para que eu o usasse como instrumento de Sua vontade generosa,
Mostrando a mim, através de ti.
Um dia, te deixarei para trás, como roupa muito usada
E como gostaria de ter ensinado, a cada célula tua, o que é amar
Para que um dia elas construam outro corpo, veste de alma mais evoluída que a minha,
Já cientes de como viver uma vida em generosidade e paz.
Que os anjos te abençoem, e a mim também.

Bíndi

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Meu Silêncio



O tempo que passamos juntos, pode ter sido um segundo no tempo
Um tempo infinito na imensidão da eternidade

Eu sabia que você me daria mais vida
Pude ver você sorrir
Pude sentir o seu abraço
Pude lhe sentir mulher, a mais linda e doce mulher

Em todos os momentos eu me sentia num sonho
...e todo sonho traz consigo no final um despertar, para outra realidade

Assim tive que partir, querendo ficar
Tive que ver você se distanciar, querendo gritar "fica comigo"
Mas você já havia me dado muito mais do que eu achei um dia poder receber
Você me deu esperança, me fez feliz, me fez viver...

Meu silêncio não é esquecimento, tudo o que você foi pra mim...ainda é, sempre será!

Meu silêncio não quer dizer que lhe esqueci, não quer dizer que não desejo lhe ver a cada segundo
Meu silêncio quer apenas calar o meu grito interior, quer apenas sufocar o que tirou você de mim

Sempre foste o meu sonho mais lindo, desde quando não a via, mas já a desejava tanto!
Você nunca notou a lágrima escondida em meu sorriso, pois a luz que me trouxeste foi maior que a tristeza que hoje carrego!
Os dias passam como folhas de um livro sem letras, como um sol que se apaga esperando a noite cair
Assim a vida passa, passará...tudo passará!

Um dia voltará, um dia voltarei, numa outra vida reencontrarei o meu tesouro mais belo
Agora...a vida me passa, passo dela...como um passarinho caindo das alturas!

Esse é o meu silêncio, jamais será um adeus!

Ghost


domingo, 7 de agosto de 2016

Buscando...



Desejei ser sábia, ter nobre coração, 
e impregnei minha vida de meditações e teorias
Ouvi opiniões, entre elas, a de desaprender de tudo
De tudo desligar-me, desapegar dos sentimentos todos
e empreender viagem rumo acima, de maneira reta e fria.
Mas quanto mais eu procurava, mais e mais eu me perdia
pois os conhecimentos sobravam, mas a alma...era vazia.
E eu me senti tão pobre...
Sem amor eu nada era, sem amor eu nada seria, sem amar
não entendia nada do mundo, nada do mundo eu conhecia...

Pois que a única coisa que dá sentido à tapeçaria da vida,
não se encontra nos velhos e novos alfarrábios, 
livros sagrados, palavras, filosofias...

Foi junto com você, meu amor, que aprendi 
Que amar não cria laços, mas abre portas
Que não se perde a liberdade num abraço
e um beijo unindo dois corações não os separa
do resto da humanidade, posto que Amor
é feito da chama que vem da mesma e única Fonte
Só se aprende a amar amando...
E um ser douto mas desanimado, letrado que não ama e é mal amado
Levará do mundo umas poucas glórias, e um coração vazio.

Bíndi, inspirado pelo amor de Ghost





Créditos imagem: Vincent Bourilho

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Asgard




Pelo fio da espada e em nome de um deus
Fui defensor, agressor, soldado, guerreiro
Não havia amanhã, cada batalha seria um fim
Cada retorno um recomeço

A consciência coletiva anulava a individualidade
Mas em cada morte habitava a dor contida

Sempre em nome do reino, matava e morria
Sobrevivi ao tempo, após ser morto impiedosamente
No instante de meu desenlace, as cenas se misturavam
Não percebia o resgate benfeitor, apenas aceitava o destino cruel

A força de todos a quem atravessei a espada, residia num só homem
O amor já reinava em mim, entendia-o, mesmo percebendo a fúria em seus olhos
A impiedade que usei por dezenas de vezes me visitava
Tudo que me restava era a aceitação do resgate inconsciente

Hoje percebo o bem recebido pela punição do amor que deixei
As angústias contidas, ainda me fazem lutar, mas do guerreiro nasceu o mestre das artes
Da saudade me restou a busca pela sabedoria do entendimento
A fúria do selvagem me fez voltar inconsciente, despertando o amor em mim

Posso ter então a consciência que descia nas vitórias pela espada
Por milênios busquei a troca da fúria pela arte, controlando assim a alma sanguinária que me fazia matar em nome de um reino carnal

O desenlace me fez crescer, pois meu coração carregava um cansaço de tanto empunhar a espada para assassinar meu inimigo
Tantas vidas vivi, até os dias em que percebo que o bem daquela lança atravessando-me a carne, me trouxe luz, paz e descanso do martírio de matar

Há tanto a resgatar, do tanto que plantei...devo então refazer o jardim, replantando flores amassadas por meus próprios pés
Abençoo a espada que me tirou da inconsciência, abençoo a lança que me aflorou um sentimento que não conseguia entender...

Hoje sei que o amor maior às vezes nos mata uma ilusão, fazendo-nos renascer para uma nova luz
Pouco a pouco, o guerreiro dá a vez ao mestre, trocando o sangue pelo conhecimento, a fúria pelo despertar de minha alma para o amor que deixei um dia
Espere-me um pouco mais, pois manchei seu rosto com lágrimas e sangue
Busco ainda em mim o mistério que sempre nos uniu...

Ainda serei seu servo, pois em meu coração...és a sacerdotisa de minhas vidas, pois por ti sempre lutei pelos reinos, luto hoje para alcançar o seu coração
Aprendo a lhe servir pelo amor, jamais pelo sangue derramado outrora
Espere-me um pouco mais, soberana és em todos os meus destinos!

Ghost



segunda-feira, 4 de julho de 2016

Súplica dos Sonhos



Lapida-me em teus sonhos,
Névoa entre os braços teus
Tenho vontade de ti!
Quero ser mais que o devaneio
Mais que o sopro de um desejo...

Molda-me mulher de carne
Sopra em minhas narinas 
o bafejo da existência
Ergue-me sobre meus pés
Não mais ídolo de barro, 
ou musa de incertas marés

Pega-me pela cintura, em rodopios etéreos,
e então joga-me à terra: 
Quebra-me todos os ossos
Mas deixa-me sentir, mesmo que por uma vez,
A experiência de existir.
Cravarei meus dedos na areia, 
queimarei sob o sol de desertos
murcharei nas inundações
Pra sentir teu corpo em mim.

Depois deixa-me, se quiseres,
voltar ao teu mundo dos sonhos,
que desde sempre me acolheu
Escondida no inconsciente
de volta às sombras estreitas
dos mais ferozes desejos.
Sonha comigo, se assim queres.
Porém, não te enganes querido:
Eu sou o destino teu.

Bíndi 




*Imagem: Kaya Scodelario - Blue Eyes










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